Bom, no meu post de estréia no nosso quééérido blog, tenho o maior prazer de falar do Ney Matogrosso. Ney é mais do que um cantor, é uma potência criativa, um artista completo, performático que nos proporciona fantásticos espetáculos.
Ele foi um convidado especialíssimo da oitava edição do Zigue-Zague que aconteceu entre os dias 09 a 12 de junho no MAM em São Paulo. Na “conversa transversal” com Cris Mesquita, Jackson Araújo e a platéia foram realizados paralelos entre sua carreira, seus figurinos e a moda.
Fonte: Blog Zigue Zague
Dono de uma imagem poderosa e sempre portando figurinos fantásticos, o artista falou abertamente sobre seu processo de criação e a sua liberdade de se expressar no palco. Ele é sem dúvida um dos precursores do nosso eterno objetivo na moda: causar estranhamento.
“Quando eu vi que não era rejeitado, eu me soltei”. Ele comenta sobre o início da carreira. Na época do Secos e Molhados ele intensifica a carga erótica que aquele personagem trazia, dizendo que era um desafio dosá-la.
Já na época do show Bandido, Ney encontra uma maior liberdade, um maior controle de sua imagem. Ele se via um homem sexualizado e queria exacerbar isso às pessoas. “Eu era uma pessoa que não dormia se não praticasse sexo”, afirma. Além disso, numa frase que causou comoção na platéia ele diz que desde aquela época até hoje, enxerga sua platéia como um ser só, e queria se relacionar com ela. Ele ainda se vê hoje esse ser erotizado, mas se considera menos “louco” e com uma relação madura de 36 anos com sua platéia.
Fonte: Discos do Brasil A sua inquietude mantem sua criatividade. Numa das minhas imagens favoritas da carreira de de Ney Matogrosso, em 1975, ele nos trouxe o Homem Neanderthal. Ele se considerava como um bicho, havia a nudez, mas era um bicho. Com uma espécie de chifres sobre os ombros, pelos e uma leve mascaro no rosto ele se reinventava mais uma vez. “Tudo o que fiz e usei tem significado para mim”.
Fonte: Uol “Se não tem risco, não é interessante”, ele comenta após o show Inclassificáveis.
Ney diz que seus figurinos sempre o deixaram mais poderoso. Conseguia uma amplitude dos seus gestos e um desempenho ainda mais intenso e natural com a ajuda dos fantásticos figurinos, nos quais ele sempre participou ativamente do processo de criação. Sempre primando pelos ótimos acabamentos. Em alguns casos, ele contou com a ajuda do estilista Ocimar Versolato. Hoje, nos seus shows, o artista veste um terno, feito pelo alfaiate Camargo. O terno também ele considera uma fantasia. “Estou vestido, porém nu”.
Fonte: AgNews
E deixo vocês com uma citação fantástica dele:
“Essa constante transformação me faz manter interessado, para assim eu me manter interessante”.
Para apreciar:http://www.youtube.com/watch?v=wIyvM9Ce7mM